A experiência da cegueira
É noite de fria e gélida opalescência – nada.
Caminhamos sem ver – cegos.
Estamos todos à espera de nada,
Queremos construir algo.
As minhas identidades se confundem com outras.
Onde estou? - não diga.
Não vês? - a cegueira.
Escorres caótico o poder,
Inebrias nós navegantes, sujeitos bélicos – a tormenta.
Atordoas nossas mentes – vorazes.
Estamos cegos, não enxergamos o saber,
desvendamos, vendamos e fazemos – obscurece.
É noite, pesar de uma morte – o efêmero.
Onde? Quando? Sumiste com nossas almas!
Se temos? Me respondas, ordeno-te – causa.
Eu quero, senhor da razão, tua propriedade.
Destino, é noite.
Ordeno-te! Pois sou cego.
Quero musicalidade, a transformação da voz
Por quê?
-É o destino homem-deus, sofra.
Noite, me digas somente a causa.
Serei pois causalidade, tomo dialógico o viver.
E nos digo, à todos os meus eus:
-Fiquemos assim, pois teremos algo a saber. Nosso prazer
descansa no saber enquanto ele nos promete.
Da cegueira faremos a luz,
da luz faremos o dia,
do dia feremos o viver,
do viver farei eu a mim mesmo,
quando me encontrar perdido na noite
de fria e gélida opalescência.
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