11:03 PM

A experiência da cegueira

A experiência da cegueira


É noite de fria e gélida opalescência – nada.

Caminhamos sem ver – cegos.


Estamos todos à espera de nada,

Queremos construir algo.

As minhas identidades se confundem com outras.

Onde estou? - não diga.

Não vês? - a cegueira.


Escorres caótico o poder,

Inebrias nós navegantes, sujeitos bélicos – a tormenta.

Atordoas nossas mentes – vorazes.


Estamos cegos, não enxergamos o saber,

desvendamos, vendamos e fazemos – obscurece.


É noite, pesar de uma morte – o efêmero.

Onde? Quando? Sumiste com nossas almas!

Se temos? Me respondas, ordeno-te – causa.

Eu quero, senhor da razão, tua propriedade.


Destino, é noite.

Ordeno-te! Pois sou cego.

Quero musicalidade, a transformação da voz

Por quê?


-É o destino homem-deus, sofra.


Noite, me digas somente a causa.

Serei pois causalidade, tomo dialógico o viver.

E nos digo, à todos os meus eus:

-Fiquemos assim, pois teremos algo a saber. Nosso prazer

descansa no saber enquanto ele nos promete.


Da cegueira faremos a luz,

da luz faremos o dia,

do dia feremos o viver,

do viver farei eu a mim mesmo,

quando me encontrar perdido na noite

de fria e gélida opalescência.



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